Países devem ter "limites de velocidade" para ajustamentos
"Como vimos em alguns países da zona euro, países com uma posição orçamental fraca que estão a enfrentar pressões dos mercados ou que perderam acesso ao mercado adotaram ajustamentos amplos", referem os analistas do Fundo num relatório divulgado hoje, em que são compiladas as lições a tirar da crise financeira global que desencadeou uma crise de dívida na Europa.
"Em muitos países, os desequilíbrios orçamentais são de tal magnitude que atacá-los no curto prazo exigiria um ajustamento numa escala que teria um impacto dramático na atividade económica e que iria ter consequências devastadoras na provisão de serviços pelos governos", lê-se no documento.
"Mesmo os países que estão sob pressão por parte dos mercados devem ter 'limites de velocidade' que determinem o seu ritmo de ajustamento desejável", acrescentam os especialistas do Fundo.
A instituição liderada por Christine Lagarde tem estado a manifestar gradualmente um menor apoio à adoção de políticas de austeridade, optando por um discurso mais preocupado com o crescimento económico.
O economista-chefe do FMI Olivier Blanchard, por exemplo, tem alertado que os cortes orçamentais causaram já uma contração do crescimento económico maior do que o esperado na Europa.